sexta-feira, 17 de abril de 2009

Cidades - Evolução Urbana no Brasil

As formações urbanas brasileiras são partes de uma estrutura dinâmica - a rede urbana. Essa estrutura está contida em um processo de urbanização que gera o aparecimento e evolução das cidades.

À época da descoberta do Brasil, a economia portuguesa era mercantilista, e havia naquela nação um regime semi feudal, esse regime foi trazido por herança para a nossa nação.

Para tomar posse das terras descobertas, Portugal dividiu o Brasil em Capitanias Hereditárias.

As primeiras cidades nacionais que se tem notícia são:
* Igaraçu, Pernambuco - 1527,
* Marim, Olinda – 1530,
* Recife – 1531,
* São Vicente e Itanhaém, São Paulo – 1532 e
* Vitória, Espírito Santo – 1535.


Cidade de Salvador, em 1625.

Nossa civilização desenvolveu-se ao longo do litoral, com uma sociedade escravagista e de fixação rural. Inicialmente a cidade não tinha nenhuma importância política ou econômica e era pobre.

Posteriormente o pastoreio separou-se da agricultura, instalando-se no interior do país, enquanto que a agricultura permanecia no litoral. Desta forma, ficava no litoral a sociedade escravagista e no interior adotava-se o regime semi feudal, com o trabalhador sendo servo do dono da terra.

Evolução das cidades:

1. CIDADES NASCIDAS NOS ALDEAMENTOS INDÍGENAS

A descoberta do Brasil em 1500 marcou o início da ocupação civilizada neste território. Antes da chegada de Pedro Álvares Cabral, os nativos se estabeleciam sob a forma tribal, com cultura primitiva. A terra correspondia ao espaço de habitação de diferentes tribos.

Os primeiros embriões de cidades surgiram nos aldeamentos indígenas, feitos pelos jesuítas e franciscanos, dominicanos ou salesianos. Eram de traçado retilíneo, e apresentavam em posição de destaque, em uma praça, a igreja.

As cidades deste período são:
* Missão Nova,
* Missão das Almas,
* São Pedro da Aldeia (Rio de Janeiro) e
* São Paulo.


2. CIDADES DE ORIGEM MILITAR

Algumas cidades tiveram origem na função militar. É o caso de Salvador (BA), Natal (RN), Fortaleza (CE), Manaus (AM) e Belém (PA).


3. CICLOS ECONÔMICOS E SUAS CIDADES

3.1 Ciclo da Mineração

Neste ciclo cresceu o mercado de trocas, que gerou um grande deslocamento de tropas para as Minas Gerais. Como consequência, novos caminhos foram abertos e surgiram inúmeros núcleos urbanos.

Este período originou dois tipos de cidades:
* Cidades que surgiram nos locais de mineração, que é o caso de Ouro Preto-MG, Ouro Fino e Jaraguá-GO, Eldorado Paulista-SP, Cuiabá-MG, Curitiba e Paranaguá-PR e Lavras-RS.
* Cidades nascidas da circulação provocadas pela mineração, que é o caso de Pouso Alegre, Pouso Alto e Passa Três.

As cidades nascidas nessa época passaram a ser nossas cidades barrocas.


3.2 Ciclo do Café

Como o café era produto de exportação, os países importadores começaram a construir estradas de ferro aqui no Brasil. Eram estradas colonialistas, voltadas para a exportação, e nunca para a integração do país.

Essas estradas de ferro encontraram fundadas as aldeias e pousos, que depois se transformaram em cidades.

A partir de 1850 os cafeicultores passaram a utilizar-se dos imigrantes, com civilização e cultura mais elevadas.

Houve uma acentuada renovação urbana no Brasil. Nossa arquitetura enriqueceu-se com a contribuição dos imigrantes italianos, alemães, ingleses etc.

A urbanização, além de acentuar-se, enriqueceu-se formalmente, mas ainda prevalecendo o traçado retilíneo ortogonal. A rua principal sai da estação ferroviária e possui uma praça com a igreja matriz. As cidades contam com iluminação e pavimentação nas vias, saneamento básico e também bondes.

A abolição da escravatura deu início às favelas e a migração estrangeira inaugurou estalagens e cortiços.

Algumas capitais foram remodeladas segundo o modelo parisiense – onde avenidas largas interligam praças.

Neste momento o Brasil também 'importava' problemas de salubridade de Lisboa, que tinha por padrão deixar os dejetos e lixo nas ruas à espera de chuvas.

A situação era agravada porque escravos mortos eram atirados nos monturos de lixo e as chuvas torrenciais enchiam as ruas de lama.


Ana Cunha Araújo

Saiba mais:


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

FERRARI, CÉLSON Curso de planejamento municipal integrado - URBANISMO. São Paulo, Livraria Pioneira Editora, 2ª edição, 1979, 631 p.

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