quarta-feira, 29 de abril de 2009

EVOLUÇÃO URBANA DA AMAZÔNIA

A ocupação da região amazônica teve início em 1540.

O ciclo da borracha teve o seu núcleo nesta região, atraindo riqueza e causando transformações culturais e sociais, dando grande impulso à cidade de Manaus - até hoje maior centro e capital do Estado do Amazonas.

O ciclo da borracha viveu seu auge entre 1879 a 1912, tendo depois experimentado uma sobrevida entre 1942 a 1945. O desenvolvimento da urbanização teve início realmente na segunda metade do século XIX, com essa economia.

O comércio da borracha definiu o surgimento de novas aglomerações e o desenvolvimento inicial da forma urbana. A hierarquia destas aglomerações era o reflexo da hierarquia imposta pelo comércio da borracha.

Com a queda das exportações da borracha, em 1912, a rede urbana na Amazônia se desestruturou, e muitas cidades se esvaziaram.

Por outro lado, a estagnação econômica promoveu o aparecimento de novas aglomerações a partir do êxodo rural das unidades produtoras de borracha.

A partir de 1960, intensificou-se a ocupação urbana. A política de desenvolvimento da região gerou um processo intenso de ocupação - o crescimento urbano deu lugar à urbanização regional.


Evolução da população por unidade de federação da Amazônia Legal.


Evolução da população total nos municípios das capitais amazônicas.


Ana Cunha Araújo

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sexta-feira, 24 de abril de 2009

EVOLUÇÃO URBANA NO BRASIL - 2

CICLO DA INDUSTRIALIZAÇÃO

Durante a 1a Grande Guerra – 1914 a 1918 – desenvolve-se no Brasil uma pequena indústria de substituição de bens importados, embora até 1930 as condições socioeconômicas do Brasil não favorecessem a industrialização.

O período entre 1930 e 1945, construiu boa parte dos alicerces do Brasil de hoje. Foi nessa fase que Getúlio Vargas modernizou as relações de trabalho, com implementação do salário mínimo e da legislação trabalhista que vigorou até o fim do século.

Já o período JK, vem ser a síntese das características da elite brasileira, que se voltou para o mundo e contribuiu para a construção de uma nação aberta às influências estrangeiras.

Nas quatro primeiras décadas deste século, os imigrantes contribuíram com 10% do aumento populacional.


A chegada de estrangeiros em São Paulo, no início do século estimulou a industrialização.

Com a Revolução de 30, a indústria pôde se desenvolver – e esse passou a ser o marco zero da nossa revolução industrial. A partir desse período, em termos de predomínio político e econômico, a cidade derrotou o campo – acentuou-se a urbanização do país.


Companhia Siderúrgica Nacional - na base da 1ª Revolução Industrial.

A correlação entre industrialização e urbanização gerou um aumento demográfico superior nas regiões mais industrializadas em relação às demais regiões. Essa característica acentuou-se ainda mais depois da 2a Grande Guerra, quando a industrialização adquiriu novo impulso.

A rigor, o planejamento urbano começou no Brasil com o plano de Brasília - o primeiro plano urbanístico elaborado em bases científicas.

Após Brasília, surgiram no país muitos escritórios especializados em planejamento regional e urbano.

Ana Cunha Araújo


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sexta-feira, 17 de abril de 2009

Cidades - Evolução Urbana no Brasil

As formações urbanas brasileiras são partes de uma estrutura dinâmica - a rede urbana. Essa estrutura está contida em um processo de urbanização que gera o aparecimento e evolução das cidades.

À época da descoberta do Brasil, a economia portuguesa era mercantilista, e havia naquela nação um regime semi feudal, esse regime foi trazido por herança para a nossa nação.

Para tomar posse das terras descobertas, Portugal dividiu o Brasil em Capitanias Hereditárias.

As primeiras cidades nacionais que se tem notícia são:
* Igaraçu, Pernambuco - 1527,
* Marim, Olinda – 1530,
* Recife – 1531,
* São Vicente e Itanhaém, São Paulo – 1532 e
* Vitória, Espírito Santo – 1535.


Cidade de Salvador, em 1625.

Nossa civilização desenvolveu-se ao longo do litoral, com uma sociedade escravagista e de fixação rural. Inicialmente a cidade não tinha nenhuma importância política ou econômica e era pobre.

Posteriormente o pastoreio separou-se da agricultura, instalando-se no interior do país, enquanto que a agricultura permanecia no litoral. Desta forma, ficava no litoral a sociedade escravagista e no interior adotava-se o regime semi feudal, com o trabalhador sendo servo do dono da terra.

Evolução das cidades:

1. CIDADES NASCIDAS NOS ALDEAMENTOS INDÍGENAS

A descoberta do Brasil em 1500 marcou o início da ocupação civilizada neste território. Antes da chegada de Pedro Álvares Cabral, os nativos se estabeleciam sob a forma tribal, com cultura primitiva. A terra correspondia ao espaço de habitação de diferentes tribos.

Os primeiros embriões de cidades surgiram nos aldeamentos indígenas, feitos pelos jesuítas e franciscanos, dominicanos ou salesianos. Eram de traçado retilíneo, e apresentavam em posição de destaque, em uma praça, a igreja.

As cidades deste período são:
* Missão Nova,
* Missão das Almas,
* São Pedro da Aldeia (Rio de Janeiro) e
* São Paulo.


2. CIDADES DE ORIGEM MILITAR

Algumas cidades tiveram origem na função militar. É o caso de Salvador (BA), Natal (RN), Fortaleza (CE), Manaus (AM) e Belém (PA).


3. CICLOS ECONÔMICOS E SUAS CIDADES

3.1 Ciclo da Mineração

Neste ciclo cresceu o mercado de trocas, que gerou um grande deslocamento de tropas para as Minas Gerais. Como consequência, novos caminhos foram abertos e surgiram inúmeros núcleos urbanos.

Este período originou dois tipos de cidades:
* Cidades que surgiram nos locais de mineração, que é o caso de Ouro Preto-MG, Ouro Fino e Jaraguá-GO, Eldorado Paulista-SP, Cuiabá-MG, Curitiba e Paranaguá-PR e Lavras-RS.
* Cidades nascidas da circulação provocadas pela mineração, que é o caso de Pouso Alegre, Pouso Alto e Passa Três.

As cidades nascidas nessa época passaram a ser nossas cidades barrocas.


3.2 Ciclo do Café

Como o café era produto de exportação, os países importadores começaram a construir estradas de ferro aqui no Brasil. Eram estradas colonialistas, voltadas para a exportação, e nunca para a integração do país.

Essas estradas de ferro encontraram fundadas as aldeias e pousos, que depois se transformaram em cidades.

A partir de 1850 os cafeicultores passaram a utilizar-se dos imigrantes, com civilização e cultura mais elevadas.

Houve uma acentuada renovação urbana no Brasil. Nossa arquitetura enriqueceu-se com a contribuição dos imigrantes italianos, alemães, ingleses etc.

A urbanização, além de acentuar-se, enriqueceu-se formalmente, mas ainda prevalecendo o traçado retilíneo ortogonal. A rua principal sai da estação ferroviária e possui uma praça com a igreja matriz. As cidades contam com iluminação e pavimentação nas vias, saneamento básico e também bondes.

A abolição da escravatura deu início às favelas e a migração estrangeira inaugurou estalagens e cortiços.

Algumas capitais foram remodeladas segundo o modelo parisiense – onde avenidas largas interligam praças.

Neste momento o Brasil também 'importava' problemas de salubridade de Lisboa, que tinha por padrão deixar os dejetos e lixo nas ruas à espera de chuvas.

A situação era agravada porque escravos mortos eram atirados nos monturos de lixo e as chuvas torrenciais enchiam as ruas de lama.


Ana Cunha Araújo

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

FERRARI, CÉLSON Curso de planejamento municipal integrado - URBANISMO. São Paulo, Livraria Pioneira Editora, 2ª edição, 1979, 631 p.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Roma - História, Arquitetura e Urbanismo

A Roma Antiga foi uma civilização fundada em 754 a.C., e se desenvolveu a partir da cidade-estado. Resultou da ação colonizadora de povos procedentes do Oriente e da Grécia, fazendo parte da "Antiguidade Clássica", juntamente com a Grécia Antiga.

Essa nação contribuiu muito para o desenvolvimento no Mundo Ocidental, em várias áreas de estudo como o Direito, a Teoria Militar, a Literatura, a Arte e a Arquitetura.


HISTÓRIA MILITAR

Roma foi um estado militarista, tendo grandes conquistas militares ao longo de sua história e desenvolvimento. A maior prova de seu grande potencial militar foi sua expansão territorial.


CIDADE ROMANA

No século IV d.C. Roma atingiu uma população de 1 milhão de habitantes.

Os romanos fundaram colônias amuralhadas, que tinham o sistema viário com desenho ortogonal, que segundo o urbanista Le Corbusier, dava o aspecto de claridade e ordenamento, permitindo a limpeza, e ainda, “que as pessoas se orientassem nelas facilmente, para que a percorressem com facilidade” (1). Eram cidades fortificadas, a fim de que pudessem defender o Estado e a população.

Um traço peculiar do planejamento de Roma foi a criação de vias principais com colunatas, arcos e monumentos. Outro traço característico é a existência das luxuosas termas, onde os senadores e membros da aristocracia discutiam política e ampliavam relacionamentos.


SOCIEDADE ROMANA

* Patrícios: Grandes proprietários de terras, rebanhos e escravos que desfrutavam de direitos políticos e podiam desempenhar altas funções públicas. Eram os cidadãos romanos.

* Clientes: Homens livres que se associavam aos patrícios, prestando-lhes diversos serviços pessoais em troca de auxílio econômico e proteção social.

* Plebeus: Homens e mulheres livres que se dedicavam ao comércio, artesanato e trabalhos agrícolas.

* Escravos: Representavam uma propriedade, e, assim, o senhor tinha o direito de castigá-los, de vendê-los ou de alugar seus serviços. Muitos escravos também eram eventualmente libertos.


ENGENHARIA E ARQUITETURA
Os romanos edificaram aquedutos que levavam água limpa até as cidades e também desenvolveram sistemas de esgoto.

Roma possuía aquedutos, esgotos dinâmicos, ruas pavimentadas, prédios de apartamentos – alguns com até oito pavimentos, palácios nobres e as muralhas.

A arquitetura romana teve a arquitetura grega como modelo, e constituiu-se num exemplo de influência do desenvolvimento tecnológico. As características que abrangiam os traços arquitetônicos gregos e romanos foram chamadas de Arquitetura Clássica por muitos escritores.

A evolução da arquitetura Romana reflete-se em dois âmbitos principais:

* Obras públicas – as obras apresentavam dimensões monumentais e quase sempre ficavam em torno do fórum ou praça pública das cidades. Eram os templos, basílicas, anfiteatros, etc.

* Obras particulares – se desenvolveram em regiões privilegiadas das cidades e em seus arredores, com decoração deslumbrante, distribuídas em torno de jardim como os palácios urbanos e as vilas de veraneio da classe patrícia.

A plebe vivia em construções com portas que davam acesso a sacadas e terraços, mas sem divisões de ambientes nesses recintos. Seus característicos tetos de telha de barro cozido ainda subsistem em pleno século XXI.

Ana Cunha Araújo


(1) - LE CORBUSIER, 2ª ed. 2000, p.7.

Saiba mais:


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

FERRARI, CÉLSON Curso de planejamento municipal integrado - URBANISMO. São Paulo, Livraria Pioneira Editora, 2ª edição, 1979, 631 p.

LE CORBUSIER, tradução MARIA ERMANTINA GALVÃO, Urbanismo - 2ª ed. - São Paulo: Martins Fontes, 2000. 307 p.
 
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