terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A CIDADE NA PRE-HISTÓRIA

A Pré-história dividiu-se em Paleolítico, Mesolítico e Neolítico.

Cidade na pre-historia

No Paleolítico o homem buscava locais fixos para usar como abrigo, encontrando na caverna um lugar onde se podia segurança. Já no Mesolítico inicia-se a domesticação dos animais e a reprodução de vegetais comestíveis por meio de mudas, gerando uma condição necessária para o aparecimento das cidades. Nesses dois primeiros períodos a economia baseava-se na caça, pesca e coleta de alimentos. Os homens fabricavam seus instrumentos de pedra lascada e ossos.

No Neolítico as povoações apresentavam poucos habitantes e o número de casas variava entre dezesseis e trinta. O grupo médio nesta época tinha em média 200 a 400 membros.

Este foi um período onde duas revoluções importantes aconteceram:
* A Revolução Agrícola, que se constituiu no tempo em que o homem começou a irrigar e arar a terra, selecionar sementes para plantar e também passou a conhecer estações do ano. Por causa dessa revolução o homem passa a permanecer mais tempo no mesmo lugar, embora o aglomerado pré-urbano ainda continue a mudar de sítio.
* A Revolução Urbana, que é quando passar a existir a divisão entre a agricultura e o pastoreio. É nesse período histórico que surgem os postos de troca, que levarão às aglomerações de pessoas.

A aglomeração passa a ser uma técnica de dominação, que dá à produção um aparelhamento, através da divisão e especialização do trabalho, além de serem o tipo de organização social que mais se aproximaram das primeiras cidades.

Até esse momento não havia a cidade, existiam apenas aldeias rurais que mudavam de lugar pelo cansaço do solo. Alguns historiadores consideram o surgimento da cidade como sendo o fator que dividiu a História da Pré-história.

Muitos consideram o cemitério, local ocupado por mortos, como sendo o lugar que deu origem às primeiras formas de moradias fixas, uma vez que algumas pessoas decidiam não mais se deslocarem para não terem que ficar longe de seus parentes que haviam sido enterrados naqueles lugares. Por isso, os sítios escolhidos para as primeiras aglomerações permanentes não resultavam apenas de características naturais, mas também do fato de serem tidos como lugares sagrados.

Saiba mais:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERRARI, CÉLSON Curso de planejamento municipal integrado - URBANISMO. São Paulo, Livraria Pioneira Editora, 2ª edição, 1979, 631 p.

Ana Cunha Araújo

sábado, 14 de fevereiro de 2009

A CIDADE - Síntese da evolução urbana

A cidade é como uma obra de arte sem precisão, de vários sentidos. Cada pessoa tem uma leitura, que vai alterar de acordo com seus valores, padrão econômico e social.

O estudo de cidades tem por finalidade:
* Promover a leitura e entendimento da cidade atual.
* Levar a uma compreensão do processo de urbanização.
* Prover subsídios para o planejamento de novas cidades, ou à renovação urbana.
* Apresentar informações sobre a evolução das principais teorias urbanas.

Segundo Célson Ferrari, “a cidade é um fato histórico, geográfico e, acima de tudo social” (1). Por isso, para compreendermos o que se passa com a cidade dos dias atuais necessitamos voltar ao passado para entender como as cidades se organizavam.


Saiba mais:




(1) - FERRARI, 1979, p 208.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERRARI, CÉLSON Curso de planejamento municipal integrado - URBANISMO. São Paulo, Livraria Pioneira Editora, 2ª edição, 1979, 631 p.


Ana Cunha Araújo

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

CIDADES E EDIFÍCIOS COMO REPRESENTAÇÃO DE ORDENS SOCIAIS E SISTEMAS IDEOLÓGICOS

Quando refletimos sobre “cidades e edifícios como representação de ordens sociais e sistemas ideológicos”, somos levados a uma série de questionamentos que, começam a ter respostas se primeiro compreendermos cada parte desta temática.



1. CIDADE
Nome dado à povoação que é a sede do município.

Sobre o surgimento da cidade, Mumford, citado por Bernardi (1) assegura que “antes da cidade, houve a pequena povoação, o santuário e a aldeia; antes da aldeia, o acampamento, o esconderijo, a caverna, o montão de pedras; e antes de tudo isso, houve certa disposição para a vida social que o homem compartilha, evidentemente, com diversas outras espécies animais”.

A cidade inicia no homem, na sua relação social.


2. EDIFÍCIO
Construção que serve de abrigo, moradia, etc.; casa, edifício, prédio.

A edificação expressa uma informação pelo tipo de uso que é dado para ela, pelo seu formato e até por suas cores.

De Botton alega que “quando as construções nos falam algo, elas também o fazem usando citações – isto é, despertando lembranças e fazendo referências aos contextos os quais vimos anteriormente seus equivalentes ou modelos. Elas comunicam por meio de associações (...).” (2)


3. REPRESENTAÇÃO
Ato de representar. Coisa que representa. Reprodução do que se tem na idéia.


4. ORDENS SOCIAIS
Conjunto de princípios que satisfazem à mútua dependência dos seres sociais. Trata a questão da hierarquia, dos valores, de mando e comando.


5. SISTEMAS IDEOLÓGICOS
Sistemas de idéias, convicções políticas.


Desta forma, a fim de facilitar o entendimento, poderíamos parafrasear o tema com a seguinte frase: “Os povoados e as construções como reprodução da hierarquia das convicções políticas”.

A obra de arquitetura, desde uma simples edificação até grandes complexos e cidades inteiras representa uma expressão da ação do homem, inventando formas e símbolos que passarão de geração a geração.

A produção arquitetônica nunca parou, desde a pré-história que os homens são acompanhados pelas construções, pela necessidade de habitar, de se proteger. Mas o que se percebe é que ao longo da história, a sociedade humana experimenta uma diferenciação entre os grupos dominantes e as camadas subalternas. Os grupos dominantes sempre habitaram em edificações expressivas, como é o caso dos castelos, palácios e mansões. Já as camadas subalternas, tiveram por sorte habitar em choupanas, casebres, palhoças e edifícios populares.

A arquitetura expressa as estruturas sócio-econômicas e de poder. Enquanto que os grupos dominantes decidem quais as áreas de maior valor, as camadas pobres se acomodam ocupando áreas periféricas.

O arquiteto geralmente é visto como um profissional relacionado à produção monumental, espetacular e de poder, voltada para a elite. Desta forma, a arquitetura sempre esteve relacionada ao poder, como uma expressão de poder.

A chamada agora é para que possamos enveredar por uma seara onde a nossa produção, seja uma expressão de sistemas ideológicos, cujos princípios sejam o acesso facilitado a uma moradia digna, a qualidade de vida, a acessibilidade para todos, e ainda, que se garanta a sustentabilidade para a nossa geração e para as que virão.



Ana Cunha Araújo


(1)– BERNARDI, 2007, p. 37.
(2)- DE BOTTON, 2007, p. 93 e 97.


Saiba mais:


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERNARDI, J. L. A organização municipal e a política urbana – Curitiba: Ibpex, 2007. 424 p.

DE BOTTON, A. A arquitetura da felicidade – Rio de Janeiro: Rocco, 2007. 271 p.

MENEZES, E. D. B. de. ARQUITETURA: Expressão Simbólica do Poder? - Série Estudos e Pesquisas, 11 – Fortaleza: Núcleo de Estudos e Pesquisas Sociais – UFC, 1988. 27 p.

ROCHA, R.; PIRES, H. da S. Minidicionário enciclopédico escolar Ruth Rocha/Hindenburg da Silva Pires – São Paulo: Scipione, 2000. 668 p.
 
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